No mês de outubro, mais precisamente no dia 20, celebramos o dia do Arquivista. A data é comemorada desde 1971 quando foi fundada a Associação dos Arquivistas Brasileiros (AAB), na cidade do Rio de Janeiro, e foi escolhida porque em 20 de outubro do longínquo ano de 1823, foi proposto pelo deputado Pedro de Araújo Lima a criação de um Arquivo Público no Brasil.
Para além da história, atualmente a discussão envolve um tema que não atinge apenas os arquivistas, mas uma série de atividades. Afinal, o arquivista será uma profissão fadada a acabar por conta das ferramentas digitais que cada vez mais estão sendo incorporadas ao processo de gestão documental?
Entendo que não – ao menos não no curto ou médio prazos – e explico pautado em dois motivos (existem outros): primeiro, há uma quantidade enorme de documentos em papel em milhares de arquivos empresariais, governamentais, de organizações sociais e outras instituições. Esses documentos podem ser digitalizados e colocados em nuvem para facilitar o acesso, reduzir espaços etc. Mas, há que se avaliar que a legislação não anda alinhada às tecnologias, há o desafio de garantir a autenticidade e a integridade e, também, o investimento envolvido nesse processo de transformação dos arquivos físicos em digitais.
Segundo ponto, e para mim o mais relevante, é que há um movimento, relativamente recente, de reduzir ao máximo a guarda e circulação dos papéis, mas não há nenhum motivo para imaginar que a Gestão Documental seja colocada de lado. Mesmo com a inteligência artificial, que vai contribuir enormemente para a gestão, são esses profissionais que vão avaliar e estabelecer parâmetros em cada uma das instituições da produção do documento até o seu efetivo descarte – passando pelas diversas etapas envolvidas na Gestão Documental.
Apesar de um certo desconhecimento e mesmo um preconceito sobre os profissionais que atuam no setor, sim, o arquivista é uma profissão futuro.
Suely Dias dos Santos
CEO Técnica Gestão Documental