Imagine saber exatamente de que lavra veio o ouro do seu anel? Ou consultar um QR Code para saber todo o caminho percorrido pela farinha de trigo, desde a semeadura do trigo, que vai usar para fazer um pão caseiro? Isso é absolutamente possível – tanto que algumas iniciativas nesse sentido já existem – mas ainda muito aquém das possibilidades tecnológicas disponíveis hoje no mercado.
Um dos pilares dessa fiscalização de que o consumidor pode fazer é tornar todo o processo digitalizado. Ao transformar dados físicos em dados digitais, fica muito mais fácil monitorar todo o processo. Penso que isso não deveria ser de interesse apenas de cidadãos que querem práticas mais sustentáveis. Deveria ser de interesse do Estado, como ferramenta imprescindível para, por exemplo, reinventar políticas fiscal e tributária.
Processos altamente digitalizados, acompanhados de todos os cuidados com segurança cibernética e outras fraudes, deveriam ser parte de um processo de modernização das instituições públicas.
Com a digitalização, cada vez mais frequente, avançaremos rumo a um Estado mais transparente e com melhor prestação de serviços.
Isso já ocorre nas empresas. A digitalização tem sido relevante, migrando processos do meio físicos para o digital. E outras, inclusive, já estão na fase da chamada digitização, na qual os itens já nascem digitais, sem copias físicas, transformando radicalmente o negócio. Talvez o maior exemplo sejam os bancos digitais.
Há uma vasta rede de possibilidades, mas o administrador público precisa se apoderar desse conhecimento, propor soluções e alterações nas legislações para que o Estado possa ampliar sua eficiência.
Suely Dias dos Santos
CEO da TÉCNICA Gestão Documental